Eis uma dúvida frequente entre muitos pacientes: O que são remédios de tarja preta?
A classificação em tarjas
Os remédios são classificados em tarjas de cores diferentes, de acordo com o grau de risco que o seu uso pode oferecer à saúde e bem-estar de uma pessoa. Essas cores são fixas e visíveis nas caixas dos medicamentos, da seguinte forma:
→ Tarja vermelha: medicamentos que devem ser vendidos com receita e que podem causar efeitos colaterais importantes. Geralmente são vendidos com uma receita simples ou controlada, conhecidas como “receitas brancas” ou “receitas de controle especial”
→ Tarja preta: medicamentos que possuem ação sedativa ou estimulante sobre SNC (Sistema Nervoso Central). Só podem ser vendidos com receituário especial Azul (B1) – calmantes ou ansiolíticos ou Amarelo (A1) – psicoestimulantes, usualmente em psiquiatria utilizados para o tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e que ficam retido na farmácia onde o remédio é vendido.
→ Tarja amarela: juntamente com uma letra “G” escrita, indica se tratar de um medicamento genérico, que traz na embalagem o nome do princípio ativo, que é o componente responsável pelo efeito do remédio.
→ Não tarjados: medicamentos isentos de prescrição (MIPs) que assim são classificados por apresentarem poucos efeitos colaterais ou contraindicações, desde que usados corretamente. Eles possuem venda livre.
As tarjas são determinadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para criar uma classificação visual do risco que um remédio pode oferecer.
Os Medicamentos classificados com a tarja preta são de dois tipos:
- Psicoestimulantes: usados normalmente no tratamento de TDAH, Transtorno de Compulsão Alimentar ou Narcolepsia
- Ansiolíticos: Medicações com perfil de diminuir os impulsos elétricos dos neurônios, promovendo assim ações de diminuição de ansiedade e sonolência.
Esses remédios possuem a obrigatoriedade de serem vendidos apenas com prescrições assinadas e carimbadas em receituários especiais, com a receita retida, pois são consideradas medicações que necessitam de orientação médica para o seu uso correto e benefício. Este controle é necessário, uma vez que estas medicações, se usadas de forma errada e sem orientação médica, podem trazer riscos à saúde, como dependência física ou psíquica.
Porém, é importante dizer que são remédios importantes no arsenal terapêutico do médico, pois quando bem indicados podem realmente ajudar demais quem deles precisa. No TDAH, por exemplo, a medicação tem um papel muito importante na qualidade de vida dos pacientes e muitas vezes é um divisor de águas na vida da pessoa, desde que bem orientada.
Já os ansiolíticos são muitas vezes necessários para tratamentos importantes de alguns transtornos ansiosos, principalmente no início do tratamento e adaptação às outras intervenções (medicamentosas, terapia, meditação, exercícios, e etc) que demoram mais tempo para surtir efeito. Outra indicação muito importante é no tratamento da abstinência alcoólica, por exemplo.
Desde que indicados por profissionais especializados, são drogas seguras e que apresentam resultados comprovados e importantes no tratamento de determinadas patologias.
A tarja preta não deve ser encarada como algo negativo, mas sim como um alerta, para sinalizar que são medicações que precisam da orientação de um especialista e que apresentam riscos quando utilizados de forma incorreta.
A partir desse princípio, certamente seu médico indicará o melhor fármaco para o seu caso, bem como todas as orientações que podem ajudar em relação a comportamentos e hábitos.
Lembre-se de que as medicações, quando bem indicadas, são ótimas. Porém, o objetivo final é sempre o de buscar a saúde plena de forma preventiva e sustentável. E este é um objetivo que vai muito além de tratar sintomas apenas com remédios anti-sintomas. A medicina, de verdade, enxerga o sujeito, seu contexto, sua história. E o papel do médico é guiar a pessoa para o caminho da saúde, além de ajudar no momento de doença.
E ter saúde é uma escolha… e começa, talvez, numa singela consulta médica por algum problema qualquer. Mas da cura deste problema pode-se caminhar em direção à saúde, com boas escolhas e bons hábitos e com isso viver com mais qualidade e poucas doenças no caminho. É esta nossa filosofia. Simplesmente ajudar o corpo a funcionar melhor e com isso oferecer bem-estar e mais tempo de qualidade para viver bem.
Remédios tarja preta são bons? sim, são ótimos quando bem indicados. Mas sozinhos não resolvem nenhum problema. Ajudam, mas são só o primeiro passo…
A saúde vem das escolhas!