A primeira consulta com um psiquiatra geralmente assusta. Primeiro porque ninguém costuma saber direito o que é psiquiatria. E o que a gente não conhece tem medo. Segundo porque a psiquiatria geralmente é um tema rico para filmes e séries assustadores sobre fenômenos que são retratados muitas vezes de forma muito fora da realidade do que seria de fato uma doença mental.
Antes da primeira consulta, encaminho um questionário a ser respondido pelo pacientes. Quando o paciente chega para a primeira consulta, este questionário já estará disponível, o que ajuda muito a direcionar a consulta. Na primeira consulta sempre peço duas coisas. Que chegue antes do horário para fazer um breve cadastro e que venha acompanhado por alguma pessoa que conhece bem o paciente.
Depois de um tempinho na sala de espera (costumo ser bem pontual), chamo geralmente primeiro o paciente sozinho. E vamos conversar normalmente sobre quais os medos, os comportamentos que estão atrapalhando, as dificuldades para se levar a vida normal que se levava antes. Basicamente é isso, é uma conversa sobre o motivo de se ter procurado ajuda. O Questionário respondido pelo paciente previamente à consulta também ajuda bastante a identificar as principais queixas.
Em um segundo momento, peço para que o familiar entre junto da consulta, para me ajudar a lembrar de mais detalhes da história, para esclarecer dúvidas da infância, comportamentos observados por eles e coisas assim.
Nada do que é conversado sozinho com o paciente será dividido com os familiares. O sigilo é total, exceto apenas em risco à vida.
Finalizando a consulta, se necessário são feitos exames de rotina, como alguns exames de sangue para descartar causas orgânicas relacionadas à queixa em questão e, se for o caso, receitada alguma medicação ou indicada alguma outra forma de ajuda, como terapia, orientações sobre estilo de vida e hábitos saudáveis.
Se houver necessidade de alguma medicação, ela sempre será explicada em detalhes, em termos de possíveis efeitos colaterais, tempo esperado de melhora, o risco de “dependência” do remédio que quase sempre é uma preocupação muitas vezes sem fundamento, embora exista este risco com algumas poucas medicações. Mas mesmo no caso destas medicações, quando usadas corretamente e com indicação médica, não há risco de dependência.
Será feita então a receita do remédio que pode ser tanto escrita como digital pelo celular, no caso da consulta on-line.
Então marcaremos uma nova consulta para reavaliação de todo o caso, novamente em uma hora de consulta. Até a próxima consulta, o paciente será orientado também a responder questionários semanais para monitoramento da melhora, que serão sempre enviados para o Dr. Gabriel.
Importante dizer que está incluso no acompanhamento psiquiátrico as comunicações frequentes por aplicativo de celular (WhatsApp) e que mesmo de férias meu celular sempre fica ligado 24h por dia, para quais quer dúvidas ou efeitos colaterais possíveis.
Mas, acima de tudo, não deixa de ser uma consulta médica “normal”.
Por: Dr. Gabriel Magalhães Lopes